Costumo receber os mais distintos tipos de pacientes em meu consultório, sendo que cada um deles acabam me trazendo dúvidas mais específicas, de acordo com suas realidades.
No que se refere aos meus pacientes que são atletas ou que praticam alguma atividade física de maior intensidade, muitos acabam me perguntando: “leucina para que serve?”
De tempos em tempos, algumas suplementações costumam chamar muito a atenção, uma vez que prometem resultados realmente de chamar a atenção.
Mas será mesmo que todos eles são capazes de cumprir com aquilo que prometem?
Essa é uma das razões pelas quais diversos dos meus pacientes procuram entender melhor sobre leucina para que serve.
Antes mesmo de começar a cogitar a possibilidade de fazer uso desse composto, há algumas informações que gostariam que todos soubessem.
Por conta disso, hoje resolvi falar sobre leucina para que serve e demais detalhes importantes.
O que você vai ler neste conteúdo
O que é leucina?
Em suma, a leucina nada mais é que um aminoácido que faz parte da cadeia ramificada (BCAA), sendo a valina e isoleucina também fazem parte desse grupo.
Isso quer dizer que estamos falando de um aminoácido que é essencial para a síntese proteica e para demais funções metabólicas.
A descoberta da leucina se deu no ano 1819, em forma de queijo e, um ano depois, em forma cristalina.
Cada vez mais a suplementação de leucina tem conquistado popularidade entre os atletas e aqueles que praticam bastante atividade física, uma vez que o aminoácido estimula o desenvolvimento muscular.
Mas, ainda que seja mais comum para atletas, a verdade é que também posso indicar o aminoácido para os idosos, por exemplo.
Nesses casos, a leucina tem a função de melhorar a mobilidade física, além de também diminuir a atrofia muscular.
Devido a sua popularidade e os benefícios que esse aminoácido promete, é bem fácil encontrar a suplementação em farmácias de manipulação e lojas de produtos naturais.
No entanto, devo orientar sobre a importância de sempre ter um acompanhamento nutricional, para que você não corra o risco de ter efeitos contrários.
Leucina para que serve?
Na verdade, a leucina oferece uma série de funcionalidades, haja vista que se trata de um aminoácido muito completo.
Dentre algumas de suas funções, posso mencionar as seguintes principais:
- Manutenção da massa muscular;
- Diminuir os níveis de açúcar no sangue;
- Aumentar as defesas do nosso organismo;
- Contribui para a cicatrização de ossos fraturados.
Apenas para você ter uma ideia do quão importante é a leucina, não é incomum que antes ou após uma cirurgia, o médico recomende ao paciente a ingestão de alimentos que tenham altas quantidades de leucina.
Afinal de contas, dessa forma, permite uma recuperação e cicatrização melhor e mais rápida.
Por ser um aminoácido essencial, ainda é capaz de contribuir na produção de insulina, servindo como fonte de energia para produzir glicose.
Isso quer dizer que, quando falo sobre leucina para que serve, devo mencionar que não apenas contribui para o ganho de massa muscular, mas também atua como fonte de energia para os músculos.
Quais alimentos são fontes de leucina?
Ainda que alguns dos meus pacientes procurem saber especificamente sobre a suplementação, nem sempre ela é a mais adequada.
Digo isso porque há diversos alimentos que são ricos nesse aminoácido essencial, sendo que é muito fácil introduzi-los na dieta.
Dentre todos os alimentos ricos em leucina, posso mencionar os seguintes principais:
- Frango;
- Ovo;
- Carne vermelha;
- Peixes;
- Lentilha;
- Amendoim;
- Castanha de caju;
- Avelã;
- Pepino;
- Tomate;
- Repolho;
- Arroz;
- Feijão;
- Lentilha etc.
Ou seja, são alimentos bem comuns que, no geral, já estão presentes no dia a dia de muitos dos meus pacientes.
Essa é uma das razões pelas quais a suplementação nem sempre se faz necessária.
Quais são os benefícios da leucina?
Ao falar sobre leucina para que serve, meus pacientes também costumam se interessar bastante sobre os benefícios que esse aminoácido oferece.
A leucina é capaz de ajudar praticantes de atividades físicas e atletas a conquistar o objetivo de ganho de massa muscular.
Dentre os benefícios gerais, posso citar os seguintes:
Ajuda a hipertrofia
A leucina é um transportador de nutrientes e que, por conta disso, tem direta ligação com o processo anabólico.
Isso quer dizer que ele pode atuar como uma fonte de energia na formação de glicose, em especial quando há escassez do nutriente.
Dessa maneira, a leucina faz com que os músculos obtenham mais força e energia no momento no treino, contribuindo com a hipertrofia.
Outro motivo que faz com que eu possa indicar o aumento da ingestão deste aminoácido é porque ele ainda pode ajudar a diminuir a dor no pós-treino e na degradação proteica.
Ajuda na manutenção muscular
Suplementar leucina ainda é capaz de contribuir a manter a massa muscular, sendo uma das razões pelas quais seu uso é bastante comum entre atletas e fisiculturistas.
Mas, é justamente por essa razão que o uso da leucina também costuma ser muito benéfico para os idosos.
Mesmo porque, durante o processo de envelhecimento, a pessoa idosa pode começar a ter uma perda no fortalecimento ósseo.
Fortalecimento do sistema imunológico
Por ser um aminoácido essencial, a leucina também contribui para fortalecer o sistema imunológico, já que tem direta ligação com a formação de anticorpos.
Sendo assim, não apenas os atletas podem se beneficiar desse aminoácido, mas pacientes com um sistema imunológico mais frágil também.
Auxílio no controle hormonal e glicêmico
No geral, os aminoácidos essenciais são aqueles que também oferecem benefícios ao metabolismo e controle hormonal.
No que se refere a leucina, ela tem direta ligação com a síntese de hormônios, como é o caso da insulina.
Isso quer dizer que ela ajuda a manter os níveis de açúcar que estão presentes na corrente sanguínea.
Portanto, significa que também posso indicar o aumento da ingestão para pacientes que têm diabetes, desde que em níveis seguros e adequados.
Como é a suplementação de leucina?
Depende. É possível encontrar a leucina pura ou em demais suplementos, como o BCAA, o qual ainda detém outros aminoácidos de cadeia ramificada.
Além do mais, ainda é possível encontrar esse aminoácido em outros suplementos proteicos, como o whey protein, já que há alguns que possuem 10% de leucina.
Ainda há os suplementos de caseína e soja, onde é possível encontrar fórmulas com 8% de leucina, mais ou menos.
Diante desse parâmetro, a melhor escolha é marcar uma consulta para que eu possa indicar a melhor maneira de fazer a suplementação, se de fato for necessária.
Devo mencionar ainda que cada indivíduo possui características únicas e, por conta disso, é preciso fazer uma análise individual.
Como tomar a leucina?
Assim que respondo a dúvida “leucina para que serve”, o paciente logo se anima e me questiona sobre qual é a melhor maneira de fazer a suplementação.
Diante disso, primeiro preciso avaliar se de fato existe a necessidade da suplementação ou se um plano alimentar já é o suficiente para satisfazer as necessidades corpóreas.
O consumo de leucina deve ter como base os objetivos que o paciente quer obter, mas também preciso considerar se de fato há essa necessidade em seu organismo.
Para traçar um plano estratégico, tendo como base a suplementação com leucina, é preciso levar em consideração diversos fatores.
Porém, de forma geral, a indicação é tomar a leucina ao final de cada treino.
No que se refere ao cálculo da porção, deve-se multiplicar o peso em massa magra por 0,1 ou 0,2. O resultado será a quantidade em gramas que o paciente deve tomar ao final do treino.
Ao chegar em sua consulta, exprimindo a vontade de suplementar leucina, devo fazer uma avaliação física para chegar nesse resultado.
Além disso, a depender da situação, ainda posso indicar a suplementação de leucina com outros suplementos além do whey protein, como alguns termogênicos.
Para quem a suplementação de leucina é indicada?
No geral, a suplementação de leucina é mais comum por praticantes de atividades físicas e atletas que buscam hipertrofia.
Mas, devido aos seus benefícios, é completamente possível que eu indique para outros pacientes, como os que sofrem de diabetes tipo 2 ou ainda para prevenir a sarcopenia.
O seu uso ainda pode ser recomendado para tratar e prevenir a atrofia muscular esquelética também.
Mas, seja no esporte, atividades físicas ou em condições patológicas, o poder da suplementação desse aminoácido tem ligação com o estímulo da liberação de insulina endógena, inibição da degradação das proteínas musculares, síntese de proteínas etc.
Em quais situações posso indicar a suplementação de leucina?
Em relação aos principais casos em que a suplementação de leucina e faz necessária, posso mencionar os seguintes:
Alimentação deficiente de leucina
Por mais que a leucina esteja presente em diversos alimentos comuns, ter uma rotina corrida, cheia de compromissos, pode fazer com que se tenha uma alimentação deficiente nesse composto.
Se esse for o caso, posso sim indicar a suplementação, desde que antes eu faça uma análise para saber a dose ideal.
Atividades físicas
Aos que praticam algum exercício físico, como crossfit e musculação, a suplementação de leucina pode sim ser de grande ajuda.
Afinal, como oferece um alto gasto de energia e esforço físico dos músculos, a suplementação se mostra benéfica, contribuindo para a recuperação dos músculos e ajuda na hipertrofia.
Enfraquecimento muscular
Pessoas que têm uma vida sedentária ou que estão passando pelo processo de envelhecimento, podem sentir um certo enfraquecimento muscular.
A desnutrição e outras doenças também podem culminar nesse problema. Em todos esses casos, a suplementação oferece sim bons resultados, desde que o paciente passe pela avaliação.
Existe contraindicações da suplementação de leucina?
Sim, há contraindicações à suplementação de leucina, ainda que elas não sejam tão significativas.
Pessoas que têm alguma doença metabólica específica devem evitar o consumo desse tipo de suplemento.
Sendo assim, agora que você já sabe leucina para que serve, indico que entre em contato comigo para marcar uma consulta.
Quais são os efeitos colaterais da suplementação de leucina?
Outro cuidado que se deve ter com a suplementação de leucina é a respeito dos efeitos colaterais, que podem surgir quando se toma dosagens muito altas.
Quando em dosagens muito elevadas, a leucina pode influenciar na produção de niacina, a partir do aminoácido triptofano.
Por consequência, acarreta em fadiga crônica, piora o sintoma de algumas doenças e ainda causa problemas na coordenação motora.
Além do mais, a alta dosagem de leucina reduz a liberação de serotonina, um dos transmissores mais relevantes para controlar a ansiedade e o humor.
Pacientes que não possuem o devido acompanhamento para ingerir esse suplemento ainda podem ter aumento de amônia no sangue.
Então, para evitar todos esses efeitos colaterais e obter todos os benefícios que a suplementação pode oferecer, entre em contato e agende a sua consulta!
Referências
O efeito da Suplementação de Leucina na Síntese Proteica Muscular: uma Revisão Sistemática. Disponível em:
https://www.thieme-connect.com/products/ejournals/html/10.1055/s-0038-1674860
Can leucine increase muscle protein synthesis in older women? Disponível em:
https://medicalnewsbulletin.com/can-leucine-increase-muscle-protein-synthesis-older-women/
Leucine. Disponível em:
https://www.urmc.rochester.edu/encyclopedia/content.aspx?contenttypeid=19&contentid=Leucine
Reviewing the Effects of l-Leucine Supplementation in the Regulation of Food Intake, Energy Balance, and Glucose Homeostasis. Disponível em:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4446786/