A melatonina é cada vez mais usada para quem sofre de insônia, mas será que nutricionista pode prescrever melatonina?

    Já posso adiantar que sim, inclusive a Resolução CFN nº 656 de 2020 e Instrução Normativa nº 102 de 2021 da Anvisa tratam sobre esse assunto, autorizando os nutricionistas a receitarem suplementos alimentares.

    No entanto, mesmo sendo autorizada a prescrição de melatonina por nutricionista, a indicação requer alguns cuidados, como a idade mínima e a dosagem diária.

    Como muitos dos meus pacientes se questionam se realmente a melatonina para dormir funciona, resolvi preparar esse artigo para esclarecer todas as dúvidas.

    E se você sofre de insônia, vale a pena conferir!

    O que é melatonina e como funciona no organismo

    A melatonina é um hormônio vital para o sono e o bem-estar, com a função de ajudar a regular o ciclo de sono e vigília, sendo essencial para quem busca melhorar a qualidade do sono.

    Produção natural de melatonina pelo corpo

    A glândula pineal, no cérebro, produz melatonina, e a luz influencia essa produção. À noite, com menos luz, o corpo produz mais melatonina, preparando-se para dormir.

    Função da melatonina no ciclo circadiano

    O ciclo circadiano regula nossas funções diárias, e a melatonina sinaliza ao corpo quando dormir e acordar, que ajuda a manter um sono saudável e evitar problemas de sono.

    Fontes alimentares de melatonina

    A melatonina também está presente em alimentos, como morangos, cerejas, uvas, bananas, tomates, leite e carnes, logo, eles podem melhorar a qualidade do sono.

    Regulamentação da melatonina como suplemento alimentar no Brasil

    Em outubro de 2021, a Anvisa deu um grande passo. Ela aprovou a melatonina como um suplemento alimentar, o que mudou a Instrução Normativa 28/2018.

    Com essa mudança, o nutricionista pode prescrever melatonina, o que é benéfico para quem precisa de ajuda para dormir melhor.

    Agora, quem tem 19 anos ou mais pode usar melatonina, cuja dose diária máxima é de 0,21 mg.

    Além disso, a Anvisa impôs algumas regras para proteger a saúde das pessoas. Os produtos precisam ter avisos sobre quem não pode usá-los:

    • Gestantes;
    • Lactantes;
    • Crianças;
    • Pessoas que precisam ficar atentas o tempo todo.

    Nutricionista pode prescrever melatonina: entenda a legislação

    Muitos ainda se perguntam se nutricionista pode prescrever melatonina. Por isso, vou explicar agora o que diz a legislação.

    Resolução CFN nº 656/2020 e prescrição de suplementos

    O CFN aprovou a Resolução nº 656/2020, que permite que nutricionistas prescrevam suplementos alimentares, e aqui está incluída a melatonina, ou seja, o tratamento não medicamentoso do sono.

    Limitações na prescrição de melatonina por nutricionistas

    Embora autorizado, há limites, pois só podem prescrever suplementos alimentares aprovados pela Anvisa. Além disso, a dosagem da melatonina deve ser segura e considerar as necessidades de cada paciente.

    O nutricionista deve conhecer bem os benefícios e riscos da melatonina, que consiste saber sobre interações com outros suplementos ou medicamentos. Em casos complexos, pode ser necessário trabalhar com outros profissionais de saúde.

    Benefícios potenciais da suplementação de melatonina

    A melatonina para dormir está se tornando mais popular, e hoje é vista como um dos melhores suplementos naturais para insônia. Estudos indicam que ela pode ajudar a adormecer mais rápido e a dormir mais tempo.

    De acordo com nutricionista especialista em melatonina, a suplementação promove os seguintes benefícios:

    • Regulação do ciclo sono-vigília;
    • Alívio dos sintomas do jet lag;
    • Melhora na qualidade do sono em trabalhadores noturnos;
    • Potencial auxílio no tratamento de distúrbios do sono.

    Recentemente, pesquisas têm estudado o uso da melatonina em várias condições de saúde. Ela pode ter efeitos positivos no Alzheimer, câncer e pressão alta, mas é importante lembrar que a eficácia pode variar de pessoa para pessoa.

    Embora a melatonina seja considerada segura, é essencial consultar um médico antes de usá-la, tendo em vista que cada pessoa reage de forma diferente aos suplementos. Em alguns casos, os resultados podem ser semelhantes ao de um placebo.

    Dosagem recomendada e formas de uso da melatonina

    A melatonina ajuda a melhorar o sono, porém, é importante usar com cuidado e seguir orientações de um profissional. Um nutricionista renomado pode recomendar a melatonina, levando em conta as necessidades de cada pessoa.

    Dose diária máxima aprovada pela Anvisa

    A Anvisa permite até 0,21 mg de melatonina por dia, que é uma quantidade segura para quem a usa regularmente. É crucial não ultrapassar esse limite para evitar problemas.

    Apresentações disponíveis no mercado

    Existem várias formas de melatonina no Brasil: comprimidos, líquidos e mastigáveis.

    O uso de melatonina deve ser parte de um plano maior para melhorar o sono. É essencial ter hábitos saudáveis, como criar uma rotina e ter um ambiente propício para descansar.

    Efeitos colaterais e precauções no uso da melatonina

    Mesmo a melatonina sendo uma opção para quem busca melhorar o sono sem medicamentos, pode trazer efeitos colaterais. Então, quem quer melhorar o sono com o suplemento, deve saber desses efeitos.

    Alguns efeitos colaterais comuns são:

    • Sonolência diurna;
    • Dor de cabeça;
    • Tontura;
    • Desconforto estomacal;
    • Ansiedade;
    • Alterações de humor.

    Antes de usar melatonina, é importante consultar um médico, especialmente quem toma outras medicações ou tem problemas de saúde.

    Quem tem doenças autoimunes, depressão ou problemas hepáticos deve ser ainda mais cuidadoso.

    Interações medicamentosas e contraindicações da melatonina

    De acordo com a Anvisa, a melatonina é contraindicada para:

    • Gestantes e lactantes;
    • Crianças;
    • Pessoas que operam máquinas ou dirigem;
    • Indivíduos com doenças autoimunes.

    Medicamentos que podem interagir com a melatonina

    A melatonina pode interagir com outros remédios, o que pode diminuir sua eficácia ou aumentar efeitos indesejados. Alguns exemplos são:

    • Anticoagulantes;
    • Imunossupressores;
    • Medicamentos para diabetes;
    • Anticoncepcionais.

    É indispensável informar seu médico sobre todos os remédios e suplementos antes de usar melatonina.

    Alternativas naturais para melhorar a qualidade do sono

    Quem quer melhorar o sono sem usar suplementos tem à disposição várias opções.

    O primeiro passo é manter uma rotina de sono, pois dormir e acordar sempre na mesma hora ajuda o corpo a produzir melatonina naturalmente.

    Fazer exercícios durante o dia ajuda a dormir melhor à noite, mas procure evitar atividades intensas perto do horário de dormir, como também não use dispositivos eletrônicos com luz azul antes de deitar, pois isso pode afetar a produção de melatonina.

    Muitos não sabem, mas a nutrição e distúrbios do sono estão diretamente relacionados. Por exemplo, o excesso de cafeína afeta a qualidade do sono, bem como refeições pesadas perto da hora de dormir.

    Por outro lado, alimentos ricos em triptofano, magnésio e vitaminas do complexo B são bons para o sono. Você pode encontrar esses nutrientes em bananas, nozes e leite.

    Com hábitos saudáveis e uma dieta balanceada, é possível melhorar significantemente a qualidade do sono.

    Essas alternativas naturais, juntamente com a melatonina e hábitos saudáveis, proporcionam uma abordagem completa para o bem-estar e um sono melhor.

    Conclusão

    Sabendo agora que o nutricionista pode prescrever melatonina, você também pode aproveitar a orientação nutricional para regular o ciclo circadiano.

    Simplesmente porque determinados alimentos favorecem o sono, além de adotar hábitos alimentares saudáveis.

    Para potencializar os efeitos da melatonina, mantenha uma rotina do sono, buscando dormir e acordar no mesmo horário e evitando o uso de celulares e computadores perto da hora de dormir.

    FAQ

    O que é melatonina e como funciona no organismo?

    A melatonina é produzida pela glândula pineal e regula o sono e a vigília. Ela aumenta à noite e diminui pela manhã. Isso ajuda o corpo a saber quando dormir e acordar, melhorando o sono.

    A melatonina pode ser encontrada em alimentos?

    Sim, alimentos como morango, cereja, uva, banana, tomate, leite e carnes contêm melatonina.

    A melatonina é regulamentada como suplemento alimentar no Brasil?

    Sim, a Anvisa aprovou a melatonina como suplemento em outubro de 2021. A dose máxima diária é de 0,21 mg para quem tem 19 anos ou mais.

    Nutricionistas podem prescrever melatonina?

    Sim, nutricionistas podem prescrever melatonina desde que estejam atualizados e sigam o Código de Ética.

    Quais são os benefícios potenciais da suplementação de melatonina?

    A melatonina pode ajudar na insônia, distúrbios do sono e jet lag. Estudos também mostram benefícios para Alzheimer, câncer e pressão alta.

    Quais são as formas de uso da melatonina disponíveis no mercado?

    A melatonina está em comprimidos, líquidos e mastigáveis. No Brasil, é mais usada como matéria-prima para farmácias.

    A melatonina pode causar efeitos colaterais?

    Sim, a melatonina pode causar sonolência, dor de cabeça, tontura e outros efeitos colaterais.

    Existem grupos que devem evitar o uso de melatonina?

    Sim, gestantes, lactantes, crianças e quem precisa de atenção constante devem evitar a melatonina.

    Quais alternativas naturais existem para melhorar a qualidade do sono?

    Para melhorar o sono, é bom ter uma rotina, fazer exercícios, evitar luz azul antes de dormir e comer alimentos ricos em triptofano e vitaminas B.

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    Juliana Borges, formada pela Universidade Católica de Goiás, é nutricionista e ex-atleta bicampeã Brasileira de musculação na categoria Wells. Atualmente, atua nas áreas de nutrição esportiva e nutrição em estética.